segunda-feira, 21 de junho de 2010

Cartas que nunca li

Por Flaviane Sary

Certo dia encontrei em minhas coisas cartas que nunca li.
Estavam amareladas, um pouco empoeiradas e ligeiramente amassadas.
Estavam esquecidas no tempo.
De imediato fui ao remetente, curiosa em saber de quem eram, mas não havia nada escrito.
Então, num gesto de curiosidade abri uma a uma para ler o que ali havia.
Eram minhas!
Foram redigidas em momentos difíceis para alguém algum dia encontrá-las.
Há dez anos atrás detalhei meus sonhos e desejos em cartas, e guardei no fundo de uma caixa.
Me senti imensamente emocionada ao ler sobre coisas que já haviam acontecido.
Sem querer guardei uma cápsula do tempo!...
Dez anos... tão longos e tão curtos ao mesmo tempo.
Longos para os desejos não realizados.
Tão curtos para os objetivos alcançados.
A coisas mudam na vida da gente!
Mudam todos os dias, algumas sem percebermos.
Das cartas que nunca li, apenas uma deixei de ver.
Aquela que escrevi hoje.
Para esquecer no fundo daquela caixa denovo, e tornar a encontrar daqui há alguns anos.
Sonhos planejados realizados ou não são histórias de vida, e devem ser registrados.
Mesmo que pareçam coisas bobas, e as pessoas achem bobas.
Mas o que conta mesmo, são as iniciativas que tomamos em nossa vida.
Mesmo que se tornem cartas esquecidas no fundo da caixa...
Um dia, serão história para nossos netos.

*Palavras de uma noite de insônia.

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